Uma engenheira de produção de 31 anos está internada em coma vigil (estado de semiconsciência) em Belo Horizonte depois de ser submetida a um procedimento irregular realizado por uma amiga anestesista. O medicamento utilizado na aplicação é de uso restrito a hospitais, mas foi administrado na residência da médica, resultando em uma parada cardiorrespiratória e lesões cerebrais graves.
A vítima sofria de dores crônicas na coluna e já havia passado por uma cirurgia para correção de hérnia, mas seu quadro se agravou nos últimos anos. Em agosto de 2024, a engenheira e a anestesista combinaram de realizar uma aplicação do remédio. A primeira sessão foi bem-sucedida, proporcionando alívio imediato das dores. No entanto, na segunda aplicação, feita no dia 20 de setembro na casa da médica, a paciente sofreu convulsões, confusão mental e, em seguida, uma parada cardíaca.
Encaminhada às pressas para um hospital, a vítima chegou com um quadro crítico. A equipe médica foi informada pela anestesista sobre as substâncias administradas e registrou no relatório de atendimento que a paciente teve uma parada cardiorrespiratória de 18 minutos, resultando em uma "extensa lesão cerebral". Desde então, a engenheira permanece hospitalizada, sem falar ou se movimentar. De acordo com sua mãe, a paciente apenas abre os olhos ocasionalmente e depende de cuidados intensivos.
Procedimento irregular e denúncia
O medicamento aplicado é um anestésico cuja bula determina que seu uso seja feito exclusivamente em ambiente clínico, com monitoramento adequado e suporte de vida. No entanto, a anestesista optou por realizar a aplicação em casa, sem os recursos necessários para intervir diante de uma emergência.
Inicialmente, a mãe da vítima acreditava que a médica havia sido essencial no socorro à filha e chegou a agradecê-la. No entanto, ao descobrir que o procedimento era proibido fora do ambiente hospitalar, mudou de opinião.
“Eu achava que ela tinha salvado a vida da minha filha, cheguei a mandar mensagem agradecendo. Até que me falaram que esse procedimento não poderia ter sido feito em casa. Um dos três medicamentos jamais poderia ter saído de uma clínica ou hospital”, afirmou.
Desde o ocorrido, a família tenta contato com a anestesista para apresentar uma planilha dos custos do tratamento, que já ultrapassam meio milhão de reais. No entanto, não obteve resposta. A mãe da engenheira lamenta a atitude da médica, a quem considerava parte da família.
“Ela me chamava de tia. Minha filha foi madrinha do casamento dela, fez um discurso lindo para ela. Mas depois descobri que esse medicamento não podia estar na casa dela. Ela acabou com a minha vida e com a vida da minha filha no auge”, desabafou.
Investigação e possível crime
O caso foi denunciado ao Ministério Público por tentativa de homicídio, sob a tese de dolo eventual, uma vez que a anestesista tinha conhecimento dos riscos do procedimento. Além disso, um pedido de cassação do registro profissional da médica foi encaminhado ao Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais.
O Conselho informou que “todos os procedimentos abertos correm sob sigilo, conforme previsto no Código de Processo Ético Profissional”.
Procurada, a anestesista optou por não se manifestar sobre o caso. As investigações continuam.
Da Redação
Com informações Itatiaia
Sete Lagoas Notícias
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