O aumento da coqueluche em Minas Gerais acendeu um sinal de alerta para o risco de surtos no Estado, principalmente diante da queda na cobertura vacinal. Depois de quatro anos sem registrar óbitos pela doença, um bebê de apenas dois meses morreu em Poços de Caldas no dia 19 de julho, conforme anunciado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) nesta sexta-feira (30). Este foi o segundo óbito por coqueluche registrado no Brasil em 2024, sendo o primeiro no Paraná.
O número crescente de casos e a falta de vacinas em postos de saúde mineiros são motivos de preocupação para as autoridades de saúde. Especialistas apontam que a dificuldade em diagnosticar a doença pode estar mascarando um cenário ainda mais grave do que o registrado oficialmente. De acordo com dados da SES-MG, os casos confirmados de coqueluche em Minas Gerais saltaram de 14 em todo o ano de 2023 para 121 apenas nos primeiros meses de 2024.
Cobertura Vacinal Abaixo da Meta
A cobertura vacinal contra a coqueluche em Minas Gerais está abaixo da meta de 95% estabelecida pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). Dados indicam que a vacinação com a Pentavalente, que protege contra cinco doenças, incluindo a coqueluche, está em 83,5%. Já a cobertura com a tríplice bacteriana (DTP), que também protege contra a coqueluche, é de 83,73%. Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde informou que há falta de vacinas como a tríplice bacteriana (DTP), que está indisponível nos estoques fornecidos pelo Ministério da Saúde.
Ameaça de Transmissão e Subnotificação
A coqueluche é altamente contagiosa, sendo transmitida por gotículas de saliva, o que facilita sua propagação, especialmente entre crianças e bebês. O infectologista Leandro Curi alerta que a doença pode se manifestar de forma leve ou assintomática em adultos, complicando o diagnóstico e aumentando o risco de subnotificação. "Os sintomas de tosse e dificuldade respiratória são comuns a outras doenças respiratórias, como pneumonia, o que pode levar a um diagnóstico errado", explica Curi.
Aumento de Casos no Brasil e no Mundo
Em todo o Brasil, o número de casos confirmados de coqueluche mais que dobrou, passando de 216 em 2023 para 608 até julho de 2024, de acordo com o Ministério da Saúde. O órgão federal reforça a importância de manter a vacinação em dia, especialmente entre crianças e gestantes, que devem tomar uma dose da vacina DTpa a partir da 20ª semana de gestação.
A coqueluche também apresenta uma tendência de aumento global, com casos registrados em diversos países da Europa e da Ásia. Na União Europeia, o número de infecções aumentou significativamente no início de 2024, conforme relatado pelo European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC).
Sintomas e Prevenção
A coqueluche se manifesta em três fases: a fase catarral, com sintomas leves como coriza e febre baixa; a fase paroxística, caracterizada por tosse intensa e prolongada, podendo causar vômito e fadiga; e a fase de convalescença, na qual a tosse diminui gradualmente. O tratamento inclui o uso de antibióticos e medidas de suporte como hidratação e repouso.
A vacinação é a principal forma de prevenção contra a coqueluche. O esquema vacinal recomendado no Brasil inclui três doses da vacina aos dois, quatro e seis meses de idade, com reforços aos 15 meses e aos quatro anos. Adultos não têm vacina disponível pelo Sistema Único de Saúde, exceto gestantes e profissionais da saúde. No entanto, podem se imunizar em clínicas privadas.
A tragédia recente reforça a urgência de melhorar a cobertura vacinal e garantir o acesso contínuo aos imunizantes para evitar a disseminação de doenças preveníveis, como a coqueluche.
Da Redação
Com informações O Tempo
Sete Lagoas Notícias
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