Um homem diagnosticado com o superfungo Candida auris morreu em Belo Horizonte, conforme informou a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) nesta quinta-feira (17). O paciente, que estava internado no Hospital João XXIII, morreu em decorrência de um acidente de moto, e não por complicações causadas pelo fungo.
Ao todo, quatro casos de Candida auris foram identificados no Hospital João XXIII, mas dois dos pacientes já receberam alta.
O superfungo, conhecido por sua alta transmissibilidade e resistência a medicamentos, está sob investigação rigorosa por parte das autoridades de saúde de Minas Gerais. Até o momento, 39 pessoas foram submetidas a testes para detecção do fungo no estado. Destes, dois casos tiveram resultado negativo, mas os pacientes permanecem internados por outras razões, enquanto nove tiveram a infecção descartada e receberam alta.
Além dos casos confirmados, 24 outros pacientes que tiveram contato direto com os infectados estão sendo monitorados. As investigações e testes estão sendo conduzidos pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), da Fundação Ezequiel Dias (Funed), em
Preocupação com a Transmissibilidade
Em nota, a SES-MG destacou a alta transmissibilidade do Candida auris e sua capacidade de colonizar rapidamente a pele dos pacientes e os ambientes ao seu redor. Por isso, medidas de isolamento são cruciais para evitar o contágio. Os leitos dos pacientes infectados estão mantidos isolados, e protocolos rigorosos de segurança sanitária estão sendo seguidos no Hospital João XXIII. Essas medidas incluem higienização constante das mãos, uso de equipamentos de proteção, como luvas e aventais, e monitoramento contínuo de novos casos.
Desde 2021, quando o primeiro caso do fungo foi identificado no Brasil, a SES-MG vem acompanhando de perto os casos suspeitos. Até o momento, 129 casos já foram descartados no estado.
Origem do Primeiro Caso em Minas Gerais
De acordo com o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, o primeiro caso de infecção pelo Candida auris no estado foi registrado em um paciente que havia viajado para a Colômbia, país que enfrentou um surto do fungo em 2016. A primeira notificação em Minas foi confirmada em setembro, e o paciente infectado recebeu alta no último dia 26, após internação no Hospital João XXIII.
"Esse fungo provavelmente veio de um paciente que esteve na Colômbia, onde ele já é comum em hospitais de lá. Por isso a secretaria estadual de Saúde, junto com o João XXIII, pela Fhemig, está fazendo todo o controle epidemiológico destes casos", garante Baccheretti.
O Que é o Candida auris?
O Candida auris é um fungo emergente, identificado pela primeira vez em 2009 no Japão, e que se tornou uma grave ameaça à saúde global. No Brasil, o primeiro caso foi registrado em 2020, em Salvador. A grande preocupação com esse fungo é sua resistência a medicamentos tradicionais usados para tratar infecções fúngicas. Estima-se que até 90% das cepas de Candida auris sejam resistentes ao fluconazol, anfotericina B e equinocandinas, dificultando o tratamento.
Se o fungo atingir a corrente sanguínea, ele pode se espalhar para outros órgãos, causando candidíase invasiva, uma forma grave e generalizada da infecção. A taxa de mortalidade para essa condição varia de 29% a 53%, sendo especialmente perigosa para pacientes imunodeprimidos ou com comorbidades.
As autoridades de saúde continuam monitorando os casos e reforçando medidas preventivas para controlar a disseminação desse superfungo em Belo Horizonte.
Da Redação
Sete Lagoas Notícias
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