Minas Gerais registrou suas primeiras mortes por dengue em 2025, conforme confirmado pelo Ministério da Saúde, que atualizou o painel de monitoramento da doença nesta quarta-feira (15). Os óbitos, que marcam o início das fatalidades deste ano, surgem após o estado ter enfrentado a pior epidemia de dengue da sua história em 2024. No ano passado, a primeira morte foi registrada somente em 22 de janeiro.
Embora o governo federal tenha divulgado as mortes, o boletim da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) ainda não inclua os óbitos, mas indica uma elevação substancial no número de casos da doença. Dados recentes mostram um aumento alarmante: de uma semana para outra, o número de vítimas da dengue saltou de 60 para 536, o que representa um crescimento de 793%. Já os casos prováveis de dengue também aumentaram drasticamente, passando de 288 no início de janeiro para 2.075 em 13 de janeiro, o que corresponde a uma alta de 620%. Além disso, há um óbito em investigação no estado.
Em 2024, o estado registrou um total de 1.691.821 casos de dengue, com 1.124 mortes confirmadas pela doença. Esse panorama sombrio revela a gravidade da epidemia enfrentada no ano anterior.
De acordo com o Painel de Monitoramento de Arboviroses da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), até o momento, Sete Lagoas registrou 15 casos confirmados de dengue e 9 de chikungunya em 2025. A cidade segue em alerta, especialmente durante o período chuvoso, quando o risco de acúmulo de água parada aumenta, favorecendo a proliferação dos mosquitos transmissores dessas doenças.
Perfil Demográfico dos Casos
Os dados do Ministério da Saúde indicam que, até o momento em 2025, as mulheres representam 53% dos casos de dengue em Minas Gerais. O perfil racial dos pacientes mostra que as pessoas pardas são as mais afetadas, com 47,3% dos casos, seguidas pelas pessoas brancas, com 31,7%. O maior número de casos registrados está entre indivíduos de 20 a 29 anos.
A Preocupação com o Sorotipo 3
O aumento dos casos de dengue em Minas Gerais está sendo acompanhado de perto devido à circulação do sorotipo 3 do vírus, que tem gerado preocupação nas autoridades de saúde. Este sorotipo, que não circulava em larga escala no Brasil desde 2008, voltou a ser detectado e tem intensificado sua presença nas últimas semanas. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, durante visita à cidade de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, alertou para o risco elevado que o sorotipo 3 representa para a população, especialmente considerando que ela está altamente suscetível a essa cepa.
Nos primeiros 10 dias de janeiro, Minas Gerais registrou 56 casos do sorotipo 3, o que corresponde a uma média de pelo menos 5 notificações diárias. Este número já representa 16% do total de casos do sorotipo 3 registrados em 2024, quando houve 343 infecções dessa linhagem. Especialistas como o professor Unaí Tupinambás, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ressaltam que a reintrodução desse sorotipo pode resultar em um cenário crítico de saúde pública, uma vez que a população está vulnerável devido à ausência de circulação deste tipo de dengue por tanto tempo.
Divergências nos Dados
Em relação à confirmação das mortes, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) emitiu uma nota esclarecendo as possíveis divergências nos dados apresentados. De acordo com a SES-MG, a diferença entre os números do painel estadual e os do Ministério da Saúde pode ser atribuída aos filtros aplicados no processamento dos dados. Esses filtros incluem critérios como o ano de início dos sintomas, o ano epidemiológico e o ano de notificação, o que pode gerar discrepâncias nos resultados. Além disso, como o sistema de monitoramento é online e as informações são constantemente atualizadas pelos municípios, a data de extração dos dados pode influenciar nas variações entre as fontes.
Da Redação
Sete Lagoas Notícias
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