O governo pretende aumentar para 30% a proporção de etanol anidro na gasolina ainda este ano. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou em entrevista à TV Globo e ao g1 que há oferta suficiente para viabilizar a mudança rapidamente.
"Acho que nós temos oferta para chegar no E30 [30% de etanol] rapidamente, ainda neste ano", declarou o ministro. Segundo ele, essa medida pode reduzir o custo da gasolina para os consumidores, uma vez que o etanol tem um preço inferior ao do combustível fóssil. "O etanol é bem mais barato que a gasolina, então à medida que você aumenta, não tenha nenhuma dúvida nem na questão da sustentabilidade, nem na questão econômica porque ele diminui o preço [da gasolina]", acrescentou.
Além da redução no preço do combustível, o aumento da mistura pode tornar o Brasil independente das importações de gasolina, já que a necessidade de uso do combustível fóssil na composição da gasolina comum diminuiria. Com a autossuficiência na produção, o país poderá rever a forma de precificação dos combustíveis.
Estudos técnicos confirmam viabilidade
O Ministério de Minas e Energia finalizou estudos conduzidos pelo Instituto Mauá que atestam a viabilidade técnica da nova composição. Atualmente, o etanol anidro representa 27% da gasolina vendida nos postos, mas a legislação do "combustível do futuro", sancionada no ano passado, autoriza a adição de até 30%, nível nunca antes adotado no país.
"Passou com 10 [os estudos]. Aumenta a octanagem da gasolina, é extremamente seguro, não cria nenhum problema para os motores", afirmou Silveira.
Os testes incluíram veículos flex, que já utilizam 100% de etanol hidratado, e também modelos que operam apenas com gasolina, tanto nacionais quanto importados. De acordo com o ministro, a amostragem envolveu 17% da frota movida a gasolina, e os resultados foram positivos. "O teste foi aprovado com participação ampla da indústria automobilística nacional, nos dando completa segurança na maior participação do etanol brasileiro na nossa gasolina", explicou.
Os estudos agora serão enviados ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), órgão responsável por assessorar a Presidência da República. A decisão final sobre a implementação da nova mistura caberá ao CNPE, que avaliará a recomendação técnica para definir o início da medida ainda este ano.
Pressões contrárias ao biocombustível
Paralelamente às discussões sobre a ampliação do percentual de etanol na gasolina, surgiram movimentos contrários à obrigatoriedade dos biocombustíveis. O deputado Marcos Pollon (PL-MS) apresentou um projeto de lei para permitir que postos comercializem gasolina e diesel sem qualquer adição de etanol ou biodiesel. Além disso, distribuidoras de combustíveis solicitaram à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a suspensão da obrigatoriedade da mistura de biodiesel no diesel por um período de 90 dias.
O ministro Alexandre Silveira criticou essas iniciativas, destacando que a indústria do etanol é um setor consolidado e estratégico para o Brasil. "Seria destruir uma indústria que o Brasil investiu 50 anos, que é ela indústria do etanol. E também, e quero ressaltar, acho justo por parte dos distribuidores cobrar a fiscalização da ANP para que a gente tenha a mistura do biodiesel adequada no diesel [...] Mas não há que se falar da destruição completa de uma grande indústria [como a do biodiesel]", afirmou.
Da Redação
Com informações G1
Sete Lagoas Notícias
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